Preocupante - Democracia

Senhores senadores,

O artigo do Cláudio Lembo no Terra Magazine comentando a pesquisa da Corporatión Latinoamericana que ressalta a baixa aprovação dos brasileiros ao regime democrático (45%) acende uma luz vermelha sinalizando o perigo de que a outra alternativa é voltarmos ao autoritarismo.

O motivo, todos sabemos, é a roubalheira explícita que se instalou no país, impulsionada por políticos e por partidos políticos a partir de 2003. O projeto de poder do PT e em particular, do Lula, nos levou a isso.

Cabe aos senhores reverter este quadro e os que restam na nação, que ainda acreditam na Democracia, esperam dos senhores uma atitude responsável. Como fazer para afastar os corruptos dos negócios públicos, os senhores sabem. Basta vontade política para isso.

Voz, tribuna e mídia, os senadores têm.

Abraços,

Maltez.

Consultoria e trabalhos técnicos

Senhor senador Pedro Simon,

No meio da gangorra de ministros feudais do malfeito crescem como tiririca os movimentos nacionais, estaduais e municipais contra a corrupção. É tanto movimento que a gente acha que não vai sobrar corrupto no país e vamos ter que importá-los para dar continuidade aos movimentos. Para ser mais hilário só faltam as associações dos Parlamentares Evangélicos do Brasil e a Associação Nacional dos Prefeitos e Vice Prefeitos da República Federativa do Brasil encetarem campanhas semelhantes.

Mas enquanto os grandes movimentos tentam alvejar os paquidermes da República que se alimentam da ração “verde” o Cláudio Humberto nos mostra que o queijo da verba indenizatória está sendo mordido pelos camundongos do Parlamento e nas barbas do vosso movimento suprapartidário anticorrupção. Na rubrica da “consultoria, pesquisa e trabalhos técnicos” os –Nobres Parlamentares- estão desviando mais do que entroncamento ferroviário. O Cláudio hoje nos fala do Vaccarezza que está pagando a sua advogada Ana Paula com os nossos recursos, mas uma espiadinha no portal da transparência do Senado nos mostra que essa “consultoria” já parece uma Ong Parlamentar especialista em assuntos genéricos de toda ordem.

Senador, se alguns dos senhores dispensam o uso da vossa verba indenizatória e conseguem relatar projetos sem o concurso de “consultorias” externas regiamente remuneradas, é porque a Casa vos proporciona os recursos humanos necessários. Então porque é que além de bem custear um quadro de assessores concursados e altamente qualificados, um quadro de assessores comissionados, não concursados e a gosto dos parlamentares, ainda temos que bancar advogados, pesquisadores e especialistas em parafusos de rosca esquerda e física quântica para alguns parlamentares desenvolverem os seus especialíssimos projetos?

Senhor, os contribuintes estão achando que é bom os senhores começarem a trocar a vossa cobertura de vidro.

Abraços,

Maltez

Se o senhor não tá lembrado,

Senhor senador Pedro Simon,

 “Se o senhor não tá lembrado dá licença de contar – Saudosa Maloca / Adoniran Barbosa”

Lá pelos idos de fevereiro de 2009 a denúncia do senador Jarbas Vasconcelos de que o PMDB – seu partido – teria se especializado em corrupção, gerou dois fatos contundentes: Os deputados Gustavo Fruet e Gabeira lançaram uma frente parlamentar anticorrupção destinada a dar, e deu, em águas de bacalhau. Os presidentes do Senado e da Câmara – Sarney e Temer anunciaram a criação de uma comissão mista para consolidar dentro de 30 dias todos os projetos de reforma para moralizar a política brasileira. Vindo de quem veio, a iniciativa pasmou os contribuintes e passados um ano e meio o relator da reforma – deputado gaúcho petista Henrique Fontana – está num emaranhado de emendas tentando defender os interesses do PT na reforma que se deteve, na eleitoral. Nem passou perto dos objetivos originais do senador Jarbas que era afastar os partidos da roubalheira generalizada e hoje apelidada de – Mal feito - patrocinada pela governabilidade.

Em 15 de Agosto último o senhor encabeçou um grupo de senadores e relançou a Frente Suprapartidária Anticorrupção destinada, como a outra, a dar em águas de bacalhau. Senador, sem querer desestimulá-lo, como é que alguma coisa suprapartidária pode ser contra a corrupção se a bandalheira e a roubalheira é a mola que move os partidos no vai e vem da governabilidade? Não é o que agora vemos nos feudos do PMDB, do PR, do PDT, do PP e do PCdoB?

Como é que a Dilma poderá governar se não se vender (votos e emendas) aos donos dos partidos? Lembre-se que os partidos que permitem a governabilidade já começam a roubar quando vendem o seu tempo de TV na propaganda eleitoral, quando se apropriam dos cargos públicos que deveriam ser preenchidos pelos funcionários de carreira. Os incompetentes ali colocados não passam de pontas de lança partidários que irão negociar os projetos com as Ongs dos partidos que recebem dinheiros públicos e com as empresas que as suportam com notas fiscais falsas para justificar o desvio para os caixas 2 dos partidos e para os bolsos de 1 a 101 dos donos, familiares e partidários dos feudos da governabilidade.

Senador, a lambança chegou a tal ponto que o título – Partido Político – nos remete à imagem de uma pocilga mal enjambrada e repleta de porcos gordos chafurdando na lama e sabemos que esse nosso regime meio presidencialista, meio parlamentarista nunca vai se livrar dessa praga em que 29 partidos se acotovelam numa barraca de feira tentando vender alguma coisa ao governo da hora.

Prezado Simon, se alguma dessas Frentes conseguir fazer com que parlamentares sejam parlamentares e não arremedos de ministros de Estado ou presidentes de Estatais, se Ongs não puderam mais meter a mão em dinheiro público, o senhor pode ter a certeza que o vosso movimento suprapartidário valeu para muita coisa.

Abraços,

Maltez

Propaganda partidária

Senhores senadores do PCdoB,

Quem não tem TV a Cabo e não pode mudar de canal ou desligar a TV, assistiu espantado a defesa do ministro Orlandinho da Bola na vossa propaganda partidária. Senhor e Senhora, entendam de uma vez que o que está na pauta não é o fato do ministro ser ou não ladrão, mesmo porque a grande maioria o é, mas sim o fato inconteste da sua incompetência para gerir qualquer botequim de beira de estrada.

Deu pra entender ou querem que desenhe?

Abraços,

Maltez

Indig-Nação

Senhores senadores,

As notícias de hoje são de azedar o molho. O governo Lula mandou para o ralo da corrupção nada menos que 68 bilhões de reais, isso é o valor que a Advocacia Geral da União está tentando reaver dos ladrões, fora o que ainda está em negociação e o que ainda não está verificado – 50 mil convênios. Tem alguém na cadeia? Tem outro jeito de resolver isto? Tem sim, se a corrupção mata mais do que os ditadores, porque não matar os corruptos? Seria uma forma até barata, mas estamos num país que é democrático até na corrupção – nós elegemos os corruptos, já sabendo que vão nos roubar, então não podemos matá-los.

Grande parte disto está enrolado no tal foro privilegiado de senadores e deputados e que poderia ser evitado se acabassem com as tais emendas parlamentares que é o propinoduto de muitos ministérios. Bastaria que a União tivesse um orçamento impositivo aprovado pelo Congresso e os senhores ficariam longe da tentação e da pressão do Executivo para votar na sua mão. Hoje, o Congresso vota agora, na propina de amanhã. Vejam o caso do deputado João Bacelar do PR, especialista em emendar o orçamento da União em proveito próprio e de familiares.

Senhores, se 50% mais um dos senadores e deputados não forem favoráveis a um projeto dessa natureza, então, se até os comunistas estão roubando, a única solução é matá-los mesmo.

Abraços,

Maltez

Comunistas!

Prezada senadora Vanessa Grazziotin,

Com o devido respeito à senhora, como senhora e não como integrante do PCdoB, tenho para mim que ao invés de ficarem apregoando injustiças e falta de provas contra o inocente Orlandinho Desportista a senhora e toda a bancada do seu partido defensor dos pobres e oprimidos deveriam processar os ongueiros chantagistas por calúnia e exigir do governo a edição de uma PEC proibindo o repasse de verbas públicas para essa excrecência chamada de ONGG – organização não governamental, governamental, criada, na sua grande maioria na sombra dos partidos políticos, inclusive o vosso, com o objetivo único de desviar os recursos públicos para as arcas partidárias e particulares.

Como a jabuticaba, a fruta ONGG só existe no Brasil, regada e adubada com as milhares de emendas parlamentares destinadas, só destinadas, à Saúde, ao Trabalho, ao Esporte, à Educação, ao Turismo, Infraestrutura e a qualquer outro segmento cujo orçamento admita uma emenda parlamentar ou um projetinho específico.

O que nos aborrece não é ficar ouvindo o ministro chamar os ex correligionários delatores de bandidos ou o Lula recomendar ao Orlando que seja casco duro e resista bravamente. Pode resistir de que maneira for, com cascos duros ou moles, mas o estrago está feito e a sua palavra não vale mais do que letra morta, diante do envolvimento em cada fato novo, seja de empresas e Ongs de familiares ou de policiais ou pastores delatores.

Senhora senadora, seja de presidente a vereador a cantilena promessiana é sempre a mesma, ou exaltam os feitos ou criticam a sua falta ou prometem o mundo e o fundo para roubar o nosso voto e na sequencia a merenda escolar e o lanchinho dos esportistas mirins pelas mãos e patas das ONGGs partidárias.

Como instrumento de transformação da sociedade pela “práxis revolucionária” os senhores estão se mostrando como perfeitos capitalistas. Marx, com a sua teoria da sociedade sem exploração deve estar se revirando no túmulo das vossas emendas que exploram até jogo de damas.

Vamos lá senadora, mantenha as ONGs longe do nosso dinheiro e restabeleça o respeito que um dia os comunistas já tiveram.

Abraços,

Maltez

Greve paraliza o Congresso

Senhores senadores,

Quarta feira 19 eu estava no aeroporto de Florianópolis aguardando um amigo e o voo que chegou à noite de Brasília, veio redondo com a bancada de Santa Catarina. Eram senadores, deputados, assessores e carregadores de maletas e pastinhas. Como o ministro das cidades estava por aqui, fiquei imaginando que a trupe estaria querendo navegar eleitoralmente na liberação dos trocados para as obras das enchentes, mas como vi, também, a ministra Hollanda da Cultura chegando no mesmo voo imaginei que algum manezinho estivesse lançando um livro de memórias. De qualquer forma deveria ser algo muito importante para todo mundo político barriga verde apear da TAM no mesmo voo e em plena quarta feira, já que tinham ido trabalhar na Ilha da Fantasia na terça – um dia antes.

Hoje vejo que a revoada da quarta nada tinha com as pastas da Cultura ou das Cidades e tinha tudo a ver com a greve dos aeroviários da Infraero de Brasília que entraram em greve na zero hora da quinta e o final de semana, que para eles começa na sexta, não poderia ficar comprometido.

Ou seja, a greve da Infraero paralisou o Congresso.

Em tempo: Estavam, todos, sorridentes.

Abraços,

Maltez