Pensem ...

Senhores senadores,

Aproveitando o período do gozo das férias julinas os senhores que estão em algum cruzeiro pelo caribe, bem que poderiam num raro momento de lucidez, quando o horizonte não permite imagem alguma que não seja a monotonia do mar até onde a vista alcança e pensar neste assunto – férias parlamentares. Sabemos que os senhores não gostam do termo férias e preferem – recesso – pois neste período podem ser chamados à trabalhar pela pátria sem remuneração adicional. Não que os 55 dias que os senhores se ausentam mude alguma coisa e pode até ser mais produtivo ao país. A despesa é quase a mesma, o cotão é o mesmo, mas a conta da luz e a do cafezinho diminuem barbaridade. Mas, ficar 55 dias afastados enquanto os simples mortais que os sustentam só terem direito à 30 dias, fede, cheira mal.

Olhem, não me queiram mal, não é nada específico contra os senhores. Os parlamentares das Alagoas e do Rio Grande do Norte relaxam durante 93 dias por ano, sim, 93 dias. Os pernambucanos 71. Na outra ponta estão os catarinenses e os amazonenses que ficam longe das assembleias “somente” 45 dias. Coitados. Alguns, quando questionados, ofendidos e de dedo em riste dizem que neste período “trabalham” nas bases. Deveríamos pensar em transferi-los para a Aeronáutica que tem bases, país a fora, ou então, aproveitando os recursos da telemática, instalar o Senado Virtual, com cada senador sentadinho na sua base em frente ao notebook, ao PC ou ao Black Berry com WebCam e gozando de trinta dias de férias como qualquer mortal brasileiro com carteira assinada.

Pronto, acabaríamos com essa injustiça que tanto denigre a vossa imagem de nobres parlamentares que quase não trabalham e imaginem a redução de custos que isso traria ao país.

Pensem, senadores em recesso, pensem.

Abraços,

Maltez