Prezados senadores, em férias.
E pois que, Senhor, é certo que tanto neste cargo que levo como em outra qualquer coisa que de Vosso serviço for, Vossa Alteza há de ser de mim muito bem servida, a Ela peço que, por me fazer singular mercê, mande vir da ilha de São Tomé a Jorge de Osório, meu genro -- o que d'Ela receberei em muita mercê.
Beijo as mãos de Vossa Alteza.
Deste Porto Seguro, da Vossa Ilha de Vera Cruz, hoje, sexta-feira, primeiro dia de maio de 1500.
Beijo as mãos de Vossa Alteza.
Deste Porto Seguro, da Vossa Ilha de Vera Cruz, hoje, sexta-feira, primeiro dia de maio de 1500.
Pronto, estava assim gravado o DNA do nepotismo que se espraiou entre nós e não foi só. 511 anos depois, vê-se que pela reportagem do Jornal de Notícias – de Portugal, que antes lá como cá os trastes políticos incomodam, ó pá. O Jornal diz que "quase metade dos deputados eram, no ano passado, administradores de empresas privadas de obras públicas". E acusa a Comissão de Ética de "branquear todo e qualquer conflito de interesses", acrescentando que esta é "uma das grandes vergonhas do parlamento" português. Ou seja; a Comissão de Ética é igual a nossa, ou a nossa é igual a deles, mas como a deles veio primeiro, estamos a copiá-la. E tem mais.
Um grande punhado de deputados advoga para bancas particulares.
Como quem sai aos seus não degenera, temos a quem puxar.
Abraços,
Maltez
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