Senhores senadores,
Arraigou-se e ainda hoje persiste num seleto grupo do poder. São mordomos, garçons, motoristas, secretarias do lar, arrumadeiras, passadeiras, pagadores de contas e churrasqueiros.
E não basta tê-los ao seu dispor e ao dispor dos familiares, há que não pagá-los e apresentar a conta aos contribuintes. Não há sequer um dos poderosos useiros e vezeiros da criadagem que não possa pagá-la, mas o ato de pagar pelo serviço prestado os diminui, não abrilhanta o poder. É como viajar de graça em jatinhos e helicópteros de outros poderosos. Os assemelha, os aproxima, os ilude.
E não pensemos que se trata de falta de ética e de decoro. Não, de forma alguma, pois se assim fosse estariam enroscados nas Comissões de Ética e de Decoro, ou de falta deles, nas Casas Legislativas. Estariam enroscados na Comissão de Ética Pública da Presidência da República, mas como sabemos, não estão.
Conclui-se, pois, que se trata de uma qualidade. A qualidade do poder, paga pelo contribuinte.
Abraços,
Maltez