Cadê o meu

Senhores senadores,

A Executiva Nacional do Partido da República que perdeu o seu, reunir-se-á para discutir se continua na base do governo esperando alguma sobra ou se toma um rumo independente votando como bem entende para defender o seu. Vai se transformar no PRR ou mais precisamente no Partido da República Paraguaia e montar uma banquinha de bugigangas chinesas no salão negro do Congresso, com crediário próprio. (sem nenhuma ofensa ao Paraguai)

O incauto eleitor, quando vê as coligações se formando fica com a bestial impressão de que os nobres donos dos partidos políticos conduzem a sua manada tomados de sentimentos altruístas em relação ao programa de governo do partido aglutinador que vai de encontro ao próprio programa em benefício da sociedade. Visa a bandeira do Povo e principalmente do povo pobre.

Agora que se viu a diarista Dilma passando a vassoura na privada do Partido da República, percebe-se que o “visa a bandeira do povo”  é a bandeira Visa do cartão de crédito. O apoio à causa nada mais é do que a causa fisiologista e pecuniária do apoiador que a vende em troca do engodo da governabilidade. No primeiro percalço, na primeira contrariedade lá se vai a bandeira programática ou fica claro que o programa é outro, é o programa do cadê o meu.

Aí o apoio é substituído pela chantagem, pela lição a ser dada no governo que não paga as suas emendas, que removeu dos cargos negociados os competentes gestores das causas partidárias reduzidas ou movidas à dinheiro público.

O PR deveria se mais didático e melhor explicar o caput do seu programa “O Partido da República (PR), utilizando a Democracia como instrumento de ação, busca a realização do Bem Comum, em uma sociedade livre, pluralista e participativa. Reafirmamos nossa crença na Pessoa livre, titular de direitos naturais e inalienáveis; na Sociedade, unidade orgânica e comunidade de homens; na Política, atividade voltada para a administração da sociedade, com vistas ao Bem Comum.”

- A Democracia deve ser utilizada na busca do bem comum e não do bem do partido e seus partidários.

- Um partido que ora está de um lado e ora está de outro como biruta de aeroporto, não pode dizer que representa uma sociedade livre, pluralista e participativa. O partido sim é que participa dos próprios da sociedade.

- Que bem comum o PR defende na Política, a não ser os seus, agora contrariados?

A sua Executiva deveria aproveitar a reunião para reescrever o seu programa de governo enquanto é tempo e aproveitar para rever alguns conceitos dos seu Código de Ética, se ainda se lembra do que é isso, principalmente no que vai abaixo:

Art. 4º - São deveres partidários:
III - manter conduta ética, pessoal e profissional, compatível com as res-ponsabilidades partidárias, particularmente no exercício do mandato eletivo e da função pública;

Abraços,

Maltez