Quem vai querer

Senhores senadores Catarinenses e outros,

Não votei na Dilma, simplesmente porque não gosto do Partido dos Trabalhadores, a maioria dos quais nunca trabalhou, como não gostaria do partido dos Patrões e como não gostaria do partidos dos Engenheiros, dos Médicos ou de quaisquer segmentos da sociedade ou de profissionais. Sou partidário do voto distrital que elege o senador distrital, o deputado distrital e o vereador distrital, comprometidos com o segmento regional da população que o elege e sou ferrenhamente contra o voto em lista, dos donos dos partidos, defendido pelo PT no seu projeto de poder. Votei no senhor, senador Luiz Henrique, não pelo seu PMDB e sim pelo seu trabalho na reorganização administrativa do estado de Santa Catarina. Votei no seu colega Pedro Bauer pelo seu trabalho como Secretário da Educação e não por ser do PSDB.  

Digo isto porque não os vi representando o povo catarinense na tarde de hoje, em que um grupo de senadores, em plenário, defendeu a criação de uma frente parlamentar de repúdio à corrupção e de apoio à faxina da presidente Dilma. Lá estavam os três senadores gaúchos e por incrível que possa parecer, lá estava também o senador Jucá, não defendendo a sua posição pessoal, mas defendendo a posição do governo contra a corrupção. Coisa que ninguém bota fé depois que a presidente demonstra ser uma faxineira seletiva e não uma baita de uma diarista que deixa a casa toda limpa, valorizando a diária recebida.

Os senhores poderão verificar nas notas taquigráficas que os discursos foram interessantes, falou-se de tudo e o José Pimentel rememorou até a vassoura do Jânio que nos levou aos anos de chumbo, sem se esquecer de Getúlio e de Carlos Lacerda, mas não se tocou em uma única medida que acabe ou diminua com esta praga que grassa no meio político brasileiro, chamada CORRUPÇÃO.

Ninguém falou que os senhores estão nos roubando quando apresentam uma emenda orçamentária turística que irá beneficiar algum político dono ou próximo da ONG que vai receber o dinheiro, enquanto as mães não têm creches onde deixar os seus filhos, ninguém falou que os senhores estão nos roubando quando colocam um parente em um órgão público e deixam de fora o coitado que, concursado, espera aquela vaga. Ninguém falou que os senhores estão nos roubando quando as vossas empresas ou as vossas empresas passadas para as vossas esposas ou parentes, assinam contratos com as empresas públicas à revelia da Constituição. Não, disso ninguém falou, talvez por falta de tempo.

Mas, eu vou falar.

Se os senhores tivessem um mínimo de vontade de acabar com essa praga que desafia a nossa jurássica e seletiva Justiça os senhores acabariam com a indústria das emendas individuais. Nós os elegemos para serem senadores e não despachantes municipais com escritórios no Senado. É uma vergonha ver uma emenda ao orçamento da União para a contratação de um grupinho saltitante de carnaval fora de época, para alguém levar algum cascalho.

Se os senhores tivessem um mínimo de senso de Justiça que é natural no ser humano, os senhores acabariam com a farra dos cargos do segundo, terceiro e quarto escalões serem de livre provimento. Até e principalmente porque os senhores sabem que isso facilita o provimento da corrupção.

Se os senhores respeitassem os vossos mandatos não permitiriam que o mandato legislativo, em quaisquer níveis, fossem trocados por ministérios ou secretarias no Executivo. Isso só se justifica como escada para se achegar ao cofre, como se está vendo nos ministérios dos Transportes, da Agricultura e do Turismo.

Se os senhores tivessem a intenção, por menor que fosse, de seguir os senadores que se apresentaram hoje no plenário, os senhores saberiam como acabar com essa praga.

A pergunta que fica é – Quantos dos senhores têm esse interesse?

Abraços,

Maltez