Especialista em quase tudo

Senhores senadores,

Em julho de 2007 o hoje presidente da Câmara Federal – Marco Maia – PT/RS, gastou uma grana nos Estados Unidos para verificar se os dados da caixa preta do avião da Tam, acidentado em São Paulo, estavam sendo degravados direitinho pelos especialistas americanos. Voltou frustrado, provavelmente porque não encontrou a tal caixa preta que é pintada na cor laranja.

Agora, toma-se de dores pelos bandidos de colarinho encardido do Turismo alegando que a Polícia Federal extrapolou nas medidas tomadas na operação Voucher que prendeu 38 suspeitos envolvidos com desvios de verbas do turismo amapaense.

O deputado que não apresenta no seu perfil profissional de sindicalista petista qualquer especialização policial ou jurídica, deu agora para entender, além de caixas pretas, de métodos de ação policial. Como se tivesse estagiado na Central Intelligence Agency -CIA ou no Federal Bureau of Investigation - FBI ou ainda na Scotland Yard britânica, o terceiro na hierarquia do poder nacional resolveu criticar os métodos da nossa Polícia Federal no tratamento oferecido aos traficantes do poder Executivo, indicados pelos donos do poder Legislativo.

Será que na sua faina legislativa o especialista teve a oportunidade que todos os brasileiros tiveram de ouvir o telefonema do secretário executivo do Ministério do Turismo, Frederico Silva Costa, orientando o empresário Fábio de Mello a montar um instituto de fachada para fechar convênios com o governo Federal? Será que ouviu isso? "Pega um negócio ai pra chamar a atenção, assim, de porte, por três meses (...). Pega um prédio moderno ai, meio andar, diz que tá com uma sede em construção, mas por enquanto" . Será que o especialista ouviu as informações sobre os desvios da emenda turística da sua colega deputada Fatima Palaes do PMDB/AP?

Se sabe de tudo isso, ao invés de se apresentar como corregedor da polícia federal, o justiceiro dos pampas não acha que deveria apresentar e trabalhar pela aprovação de um projeto que distancie os legislativos dos cargos dos executivos e principalmente daqueles que lidam com o nosso dinheiro?

Algemas foi muito pouco para quem deveria ser legado à cadeia sob vara. Como no direito antigo, esses malandros de indicação legislativa deveriam ser conduzidos pelos oficiais de justiça munidos de bastões assegurando que todos vejam que estão sendo conduzidos “debaixo de vara” antes que fujam e passem a ser “corridos á vara” ou perseguidos pela Justiça.

O presidente sindicalista da Câmara ainda tem muito que aprender antes de se meter onde não deveria.

Abraços,

Maltez